novembro 05, 2011

"CARTA PRA DEPOIS."


Por favor, leia com atenção e não se esqueça das vírgulas – você sempre faz isso.

Muito em breve iremos cruzar uma esquina diferente. Isso vai mudar tudo. Mas, espero do fundo do meu coração – assim mesmo, com a inocência e sinceridade de criança – que nos encontremos um dia por aí. Sem muitas pretensões ou obrigações. Sem um futuro traçado ou um passado que nos prenda a alguém além de nós mesmos.

Guarde o que temos hoje em algum lugar quase inalcançável. Mesmo que seja só como bagagem de vida ou história pra contar para os filhos. Esqueça o que eu te disse sobre não errar. Faça isso várias vezes, o quanto precisar. Me enganei quando acreditei que poderia te mostrar o mundo com os meus próprios olhos. Use os seus – que aliás, vão me fazer falta nos próximos anos.

Volte a ser aquele garoto ingênuo que conheci há alguns anos, mas só às vezes. Te garanto: Assim como eu, algumas pessoas merecem conhecer esse lado seu. Tente também sorrir mais e ligar menos para o que vão pensar. Má notícia: Sempre vão dizer alguma coisa. Entre tais verdades e mentiras, acredite em quem realmente ama você. Poucos, mas quase sempre o suficiente.

Nunca enxergue tudo que vivemos como perda de tempo. Juntos, nós somamos e dividimos absolutamente tudo. Deixamos passar algumas coisas, talvez, mas essas se tornam insignificantes e vazias perto do que alimentamos e cultivamos durante esses quase três anos.

Algumas coisas não acabam quando terminam.

A paixão deve ir, mas algo ainda fica por aqui.

Eu amo você.


(Bruna Vieira - Depois dos Quinze)

setembro 24, 2011

NÓS.

Ele me faz gostar dele cada dia mais. Desejá-lo. E amar mais... a mim mesma. Faz eu me sentir melhor por tão diferentes motivos. E eu adoro isso.
Mas só você conseguia fazer eu amar o "nós", o conjunto. Só você conseguia fazer eu deixar de lado toda a minha individualidade, todo o meu egocentrismo e pensar em algo que não começasse com "eu quero", "eu preciso". Com você, eu pensava no "nós" o tempo todo. Com você, eu me preocupava com o "nós" o tempo todo. E era sempre "o que nós precisamos". Chegando, por diversas vezes, a deixar de lado as minhas vontades, que sempre foram tão soberanas a qualquer outra coisa, pra pensar no que era melhor pra nós. Nós dois.
E, por vezes, eu me pergunto se não foi esse o problema. Se ao deixar de lado as minhas vontades para pensar nas nossas, eu acabei criando um medo - talvez, irracional - de um dia me anular totalmente por você, por nós. De me tornar uma daquelas pessoas tão dependentes do outro.
E agora sou eu, de novo, e todo o meu individualismo. Ainda me perguntando se é melhor se anular por amor ou viver a vida toda sem realmente saber o que é isso enquanto me coloco sempre em primeiro lugar.

maio 17, 2011

"O QUE FALTA."

' Todas as cartas de amor que hoje repousam em alguma gaveta velha e as que não foram nem escritas pelo medo da resposta. As rasgadas, queimadas, manchadas de água dos olhos ou caneta ruim. Todos os sentimentos ridículos que só são ridículos pelo tamanho da verdade, pela vontade de dizer sem motivo e mil vezes. Todas as ressacas desnecessárias das noites vazias, que seriam tão facilmente evitadas, que por pouco não são preenchidas de romance e música. Todas as palavras certas da pessoa errada e todas as pessoas erradas que insistem em tentar me fazer feliz quando são incapazes por natureza. Os risos forçados que geram lágrimas no travesseiro, as danças vazias que geram um vazio ainda maior. Os finais de semana que doem o resto dos dias. A mentira que preenche de ar o que devia ser companhia. A amargura que cresce rancor por coisas pequenas e afáveis dos que são capazes da felicidade.
É por isso e talvez por mais algumas coisas que não tem nada aqui dentro. Porque todo o sentimento que faz bem só existe pros outros, pros bonitos, pros inocentes, pros que se deixam levar e são felizes desse jeito. Eu não. Sou artista, sou mentira, sou intensidade. Não consigo aceitar pouco. Tem gente que vive de jogos porque rebaixa o amor à adrenalina, porque acha que o pressuposto dos relacionamentos é sofrer. Eu não sou assim. Não gosto de solidão a dois.
Eu tenho tentado, inutilmente, ser melhor. Me perdi no caminho e não posso voltar ao que era, tampouco posso parar de seguir em frente. Então deve haver uma maneira de evoluir sem perder o direito de sentir. Crescer sem perder a esperança nas pessoas. E aprender isso sozinha é triste: torna todo o resultado inútil.

abril 20, 2011

GOODBYE MY LOVER.

' Ainda não sei como descrever esse momento. Eu me sinto flutuando no ar como um balão de gás hélio. Livre e vazia. Então, eu vou deixar o vento me levar ao meu destino. E de lá, eu tento te alcançar.